A Megera Domada

Concepção Criativa

A Ueba e Grupo Produtos Notáveis apresentam o espetáculo de teatro de rua, a livre adaptação da peça A Megera Domada, baseado na obra do dramaturgo inglês Willian Shakespeare.

A peça segue a narrativa do texto original e emprega o jogo de máscaras que faz referência à Comédia Dell’Arte - forma de teatro popular de improviso que começou no século XV na Itália.

Para que o grupo atingisse seu objetivo em unir estas linguagens, optou-se por estudar o jogo de máscaras neutra e expressiva, experiência esta que iniciou com uma oficina de confecção de máscaras a partir dos estudos do diretor Jessé Oliveira e em seguida na dedicação dos atores pelo aperfeiçoamento do processo corporal necessário à linguagem cênica, orientados pelo diretor. O jogo cênico da adaptação se estabeleceu através das técnicas de improvisação durante os ensaios.
Em referência a um dos mestres da Comédia Dell’Arte, Carlo Goldoni, há como sub-estória nesta adaptação a trama do conhecido texto Arlequim, Servidor de Dois Patrões, que retrata as confusões de um criado que, em busca de ganhar mais, serve a dois amos ao mesmo tempo, mergulhando em confusões e trapaças para não ser descoberto.

A montagem prima pelo riso, pela rica movimentação e musicalidade, capazes de envolver desde o espectador menor até o adulto. Destaca-se a importância do espetáculo de rua pela capacidade de atingir espectadores de todas as faixas etárias, do adulto a criança.

A direção da peça cabe ao porto alegrense Jessé Oliveira, que tem em seu currículo inúmeros trabalhos de direção de espetáculos de palco e rua, sendo premiado nacional e internacionalmente em seus trabalhos. No momento também está envolvido com a produção do livro Memória do Teatro de Rua em Porto Alegre.


Concepção Musical


A peça explora o universo musical, com interações constantes do som pontuando as cenas, do grave ao agudo, enriquecendo a ludicidade da montagem. As melodias são baseadas nas cantigas de rodas populares, adaptando-se a letra e o ritmo ao contexto da cena de rua e a linguagem da peça. A trilha e a sonoplastia são executadas ao vivo, e assinadas por Gutto Basso.


Concepção de Figurinos

Os figurinos e acessórios, assim como as máscaras, tem embasamento na Comédia Dell’Arte, contribuindo na construção e representação do personagem. Prova disso é a composição do elenco, representada por sete atores que interpretam onze personagens com caracterizações diferentes e rápidas trocas de figurinos.

Na adaptação do grupo, um personagem é representado por dois atores e dois personagens por um ator, outro diferencial é a transformação de uma personagem em boneca, que ganha vida nas mãos de quem a manipula. Com cores vivas e estética rebuscada, os figurinos, idealizados e executados pela figurinista Raquel Cappelletto, contribuem para o universo cênico, tornando-o ainda mais atrativo.

Uso de Bonecos


O grupo optou por fazer uma analogia a feminilidade da personagem Bianca, que nesta leitura é uma coadjuvante, que começa como um ser frágil e inocente, assim como a boneca Barbie, ícone de beleza e feminilidade, e com o passar do tempo vai se fortalecendo até tornar-se uma mulher com a sexualidade aflorada, também representada por uma das cinco bonecas de tamanhos diferentes.

A personagem Bianca ganha vida na mão de quem a manipula, sendo para uns, símbolo do desejo masculino e para outros da super-proteção paterna, para outros é apenas uma simples bonequinha, mimada e sem graça.


Sinopse


A trama principal é uma comédia que diz respeito a um pai, de nome Batista, que estabelece como condição para ceder a mão de sua filha mais jovem - a bela e doce Bianca, aos possíveis pretendentes - que sua filha mais velha, a megera Catarina, consiga antes um esposo. Bianca tem não menos que três pretendentes – Grêmio, Hortêncio e Lucêncio. Este último, um jovem forasteiro que chega a cidade de Pádua e enamora-se de imediato por Bianca, para poder ficar próximo a jovem e lhe fazer a corte, combina com seu fiel escudeiro, Trânio, de trocarem de roupas e com isso ele assume a postura de um professor, para poder ficar com Bianca.

Os dois primeiros, rivais nas pretensões de casar-se com Bianca, fazem um acordo para conseguir um marido para Catarina e, assim, deixar livre o caminho para seguirem em sua disputa amorosa pela jovem.

Entra em cena Petrúcchio, um fanfarrão que chega a cidade em busca de um bom dote, e vê em Catarina a oportunidade de consegui-lo, proposta feita a ele por seu amigo Hortêncio.

Aparentemente contra a vontade da moça, o casamento de Catarina e Petrúcchio é realizado e ambos vão para a casa dele, na qual o esposo, impõe algumas privações e um tanto de mau humor à nova esposa para tentar amansá-la.

Após diversas peripécias, dentre as quais o disfarce dos rivais em professores de música e retórica para que pudessem fazer a corte a jovem, Lucêncio e Bianca unem-se, em segredo. Batista termina por aceitar o casamento dos jovens e, ao final, Petrúcchio prova a todos que Catarina já não é mais a mesma, porém não quer dizer que acabe por domá-la.

Em paralelo a história, surgem as atrapalhadas de Grúmio, que se passa também por Biondello, para poder servir dois amos ao mesmo tempo, achando que ganharia em dobro.

Enfim, é uma comédia para todos os gostos!


Ficha Técnica:


Título: A Megera Domada

Autor: William Shakespeare

Dramaturgia: Jonas Piccoli

Diretor: Jessé Oliveira

Diretor Musical: Gutto Basso

Figurinos: Raquel Cappelletto

Duração: 50 minutos

Elenco:

Aline Zilli

Bruno Zilli

Raquel Cappelletto

Fernando Gomes

Jonas Piccoli

Joe Guidini

Rodrigo Guidini



Montagem realizada através do Prêmio Anual de Incentivo a Montagem Teatral de Caxias do Sul – 2008