O Bom Quixote

Na montagem da Ueba, Quixote vive um onírico delírio, saindo de um universo clássico para enfrentar situações cotidianas do século XXI ao lado do pacato e acomodado Sancho Pança. Nesta aventura, Quixote passa a misturar as histórias de cavalaria com o que ele vê no contexto urbano. Enfrenta diversas situações, confunde meretrizes com jovens donzelas, atravessa passeatas sindicais, caminhadas pela fé, enfrenta bonecos birutas como se fossem gigantes, entre outras cenas, sempre para conquistar sua amada Dulcinéia, aqui retratada como divas inalcançáveis, artistas pop em nossos tempos.
O “Bom Quixote – Delírio Urbano” é uma montagem inusitada que traduz de maneira cômica, e por vezes dramática, o caos em que vivemos.

Apresentação
A montagem do “Bom Quixote – Delírio Urbano” acontece no formato de um corredor urbano, entre duas grandes torres que remetem os expectadores a instalações de arte moderna, opressora e imponente.
A dramaturgia de Márcio Silveira segue a obra original, porém o texto dramático busca não sublinhar a ação espetacular, proporcionando sempre surpresas aos expectadores. A exemplo disso, Dulcinéia, donzela imaginária do Quixote, é apresentada ao público de forma inesperada, sempre como uma diva do cenário artístico e pop, também intocável para seus fãs. É a partir destas resignificações que se dá a construção do espetáculo.
Pode-se dizer que é um espetáculo imagético e poético, mas que trabalha com o ruído urbano, a poluição visual, o ambíguo e o grotesco. Por vezes explora-se o enlatado, o industrial, o emergente e o popular.
Um espetáculo ousado em sua proposta, rico em camadas de significação e cheio de surpresas. Uma prova do processo de pesquisa do Grupo Ueba, que já vêm estudando as diversas possibilidades que os espetáculos cênicos de rua podem se apropriar para dialogar com o público e aproximá-lo da arte.

Elementos cênicos:
A peça o “Bom Quixote” já causa impacto visual no inicio da sua montagem. Erguem-se duas torres em ferro, frente a frente, e nela alojam-se materiais para as cenas. Estes elementos foram pesquisados para retratar o universo urbano em que o personagem vai mergulhar. No decorrer  do espetáculo o espectador se depara com bicicletas, televisões, carrinhos de super-mercado, manequins, bonecos de posto, pernas de pau entre outros elementos cotidianos aos grandes centros urbanos.
O visual da peça investe nos tons metálicos, ferro, cobre, prata e bronze como forma de ligar o mundo de Quixote ao caos de nossas cidades. A utilização destas cores não se dá apenas nos elementos, mas passa a incorporar os figurinos performáticos e as vestes dos personagens da trama.
Os elementos do espetáculo foram concebidos com a ideia de produzir sensações através das imagens criadas pelos atores somadas aos adereços, figurinos e elementos como fogo, água e ar além da trilha sonora escolhida para ambientação das cenas e adaptada com foco principal na sonoridade urbana, no pop e no rock, além de contar com canções originais.

Ficha técnica
Bom Quixote – Delírio Urbano
Autor: Miguel de Cervantes
Diretor: Jessé Oliveira
Dramaturgia: Márcio Silveira
Criação Musical: Fernanda Beppler
Figurinos: Raquel Cappelletto
Design de Luz: Luis Acosta
Duração: 60 min
Elenco:
Aline Zilli,
Bruno Zilli,
Joe Guidini,
Jonas Piccoli,
Juliana Demori,
Rodrigo Guidini,
Técnica, cenografia e apoio:
Celso Santos,
Fernando Gomes,
George Rodrigues,
Maicon Lionço.

Montagem realizada através do Prêmio Anual de Incentivo a Montagem Teatral de Caxias do Sul – 2010

Necessidades técnicas

O espetáculo conta com duas estruturas de ferro de 3,5 m de altura x 3 m de largura, formando um corredor entre ambas por onde acontece a ação espetacular. Dessa maneira, o espaço total ideal para a apresentação é de 9 m de comprimento por 4 m de largura. É necessário que haja ponto de luz próximo ao local da apresentação.
Duração: 1 hora
Espaço de Cena: 9m x 4m em local plano
Classificação Indicativa: 12 anos